8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER
O Dia Internacional da Mulher foi adotado pela ONU(em dezembro de 1977) para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres. Essas conquistas foram resultado de décadas de luta que vem desde os protestos contra a exploração do trabalho das mulheres operárias na Europa do século XIX, e continuam por diversos movimentos femininos ao longo do século XX.
Porém, apesar dessas conquistas, o desrespeito e a violência contra a mulher ainda são recorrentes no Brasil e no mundo.
A violência doméstica ainda é uma triste realidade no Brasil. As estatísticas indicam que a grande maioria dos agressores fazem ou fizeram parte de grupos mais próximos da vítima(familiar, social ou profissional).
A discriminação de gênero ( na criação, na ocupação do espaço público, na sexualidade) a violência sexual e o feminicídio são desafios reais a serem enfrentados para construção de uma sociedade mais igualitária.
Destaco aqui um excelente texto, de uma jovem amiga universitária, que aborda o tema com uma perspectiva bastante atual e crítica das relações de gênero na família, na instituição de estudo e no espaço público.
(Por PATRICIA EGERLAND BUENO)
"Esse texto é sobre feminismo, é sobre a vida.
Eu vivi numa casa de mulheres, cinco mulheres e um homem. Vivi numa casa em que o homem ocupava seu espaço como soberano e as mulheres como apenas integrantes daquele espaço. Cresci num ambiente de muito machismo.
É louco quando a gente para, olha e percebe tudo o que tá acontecendo. E isso demora. Pelo menos demorou para mim, demorou para minhas irmãs, para minhas amigas. Quando percebemos o feminismo aconteceu, sem que soubéssemos. Nos unimos, nos ajudamos, nos amamos, na intenção de proteger umas às outras.
Quando percebe olha para os amigos, colegas, professores. Vê neles o que muitas vezes não enxergam. Vê pessoas com posicionamentos lindos e revolucionários. Na teoria.
A prática é diferente: nela essas pessoas gostam de fazer piadinha, gostam de tratar de assuntos sérios de maneira debochante só para ver a mina se irritar e sair fora (afinal, ela é louca, muito estressada, deve estar de TPM). O professor, aquele com mestrado e doutorado, que todos dizem ser um cara de respeito, abusa minas na sala de aula, interrompe a aula para olhar a mina passar, ou então, em suas explicações traz exemplos machistas, racistas e homofóbicos.
Quando você se dá conta, está em relacionamentos que não te agradam, que não te fazem bem, que te manipulam e te colocam pra baixo; relacionamento abusivo não é somente quando há abuso físico, que fique claro. Quando percebe tá com medo de andar sozinha pela rua, de ir a uma festa, de pegar um ônibus, porque sabe o que pode acontecer.
Por muito tempo o medo de andar sozinha é pelas coisas que te colocam na cabeça; “ah, usa essa roupa sim, depois não reclama que vai ser estuprada” “não ande sozinha de ônibus, você sabe o que vai acontecer”. Até que vê essas coisas acontecendo, com você, com amigas, com desconhecidas e percebe que o que te diziam não era e nunca foi algo para proteger. É aí que dói.
É aí que você tá de cara com a realidade. Quando vê amigas sendo abusadas por namorado, por familiares é que você tem a noção do mundo em que vive e das coisas que acontecem. É quando vê uma mina sendo estuprada, pede ajuda e ninguém se move para nada. É quando sua amiga está em um relacionamento abusivo e nada do que disser fará mudar, porque o cara consegue fazer coisas absurdas para que ela fique por perto.
É louco quando a gente para, olha e percebe tudo o que tá acontecendo. E isso demora. Pelo menos demorou para mim, demorou para minhas irmãs, para minhas amigas. Quando percebemos o feminismo aconteceu, sem que soubéssemos. Nos unimos, nos ajudamos, nos amamos, na intenção de proteger umas às outras.
Quando percebe olha para os amigos, colegas, professores. Vê neles o que muitas vezes não enxergam. Vê pessoas com posicionamentos lindos e revolucionários. Na teoria.
A prática é diferente: nela essas pessoas gostam de fazer piadinha, gostam de tratar de assuntos sérios de maneira debochante só para ver a mina se irritar e sair fora (afinal, ela é louca, muito estressada, deve estar de TPM). O professor, aquele com mestrado e doutorado, que todos dizem ser um cara de respeito, abusa minas na sala de aula, interrompe a aula para olhar a mina passar, ou então, em suas explicações traz exemplos machistas, racistas e homofóbicos.
Quando você se dá conta, está em relacionamentos que não te agradam, que não te fazem bem, que te manipulam e te colocam pra baixo; relacionamento abusivo não é somente quando há abuso físico, que fique claro. Quando percebe tá com medo de andar sozinha pela rua, de ir a uma festa, de pegar um ônibus, porque sabe o que pode acontecer.
Por muito tempo o medo de andar sozinha é pelas coisas que te colocam na cabeça; “ah, usa essa roupa sim, depois não reclama que vai ser estuprada” “não ande sozinha de ônibus, você sabe o que vai acontecer”. Até que vê essas coisas acontecendo, com você, com amigas, com desconhecidas e percebe que o que te diziam não era e nunca foi algo para proteger. É aí que dói.
É aí que você tá de cara com a realidade. Quando vê amigas sendo abusadas por namorado, por familiares é que você tem a noção do mundo em que vive e das coisas que acontecem. É quando vê uma mina sendo estuprada, pede ajuda e ninguém se move para nada. É quando sua amiga está em um relacionamento abusivo e nada do que disser fará mudar, porque o cara consegue fazer coisas absurdas para que ela fique por perto.
Todo dia, TODO DIA, é um relato novo, uma história de abuso, de estupro, de homicídio. Lidar com isso faz parte do nosso dia-a-dia.
Só que não dá mais! É um sentimento meio perdido, meio sem saber o que fazer. Sem saber com quem contar, sem saber por onde andar.
O feminismo é necessário, nós precisamos dele.
Só que não dá mais! É um sentimento meio perdido, meio sem saber o que fazer. Sem saber com quem contar, sem saber por onde andar.
O feminismo é necessário, nós precisamos dele.
Conheça os 10 piores países para as mulheres:
http://kid-bentinho.blogspot.com.br/2013/02/os-10-piores-paises-do-mundo-para-as.htmlEmoticon heart
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